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10/03/2009
Outros

Ecoshop vai comercializar produtos das unidades de conservação estaduais


Texto e fotos: Thiago do Prado


Artesã em seu ofício, na RESEX (Reserva Extrativista) Catuá-Ipixuna, no município de Tefé

O artesanato é produto da cultura local. Em cada região, os materiais utilizados, trançados, em formas e grafismos variados expressam a característica de um povo. Durante muitos séculos, esta foi a principal fonte de produtos manufaturados à sociedade. Hoje, com o advento da industrialização e materiais sintéticos, o oficio vem perdendo espaço por conta do limite de produção e matéria-prima disponível.

A produção dos artefatos nas unidades de conservação (UC) pode contribuir para o desenvolvimento sustentável em razão da valorização da mão-de-obra, cultura e os produtos naturais utilizados em sua confecção. Com este propósito, os coordenadores do Programa Bolsa Floresta da Fundação Amazonas Sustentável, Francisco Pinto, Mauro Cristo, Rosival Dias, Thiago do Prado e Valcléia Solidade realizaram uma visita à loja da Ecoshop, na rua de 10 de Julho, próximo ao Teatro Amazonas, na última sexta-feira, 6 de março. O objetivo era conhecer o trabalho desenvolvido entre os artesãos e o estabelecimento. Está em curso uma parceria entre a FAS e a Ecoshop, no sentido de comercializar os produtos originários das 14 unidades de conservação estaduais onde a Fundação atua.
 

Peça oriunda da RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) do Uatumã, no Amazonas
 
A proprietária da empresa, Inês Daou recepcionou os coordenadores e apresentou a loja, explicando como a empresa atua dentro do conceito de responsabilidade social, tipos de artesanato e público alvo. Conforme esclarece Inês, a empresa existe há mais de 17 anos e, desde o início, tem como meta propiciar mercado aos produtos oriundos de artesãos locais e garantir o pagamento do preço justo. Os tipos de artesanatos comercializados na loja, disse Daou, variam entre cestaria, bijuteria, cerâmicas e até livros. A origem destes produtos, em sua maioria, diz respeito às comunidades e populações tradicionais no entorno de Manaus.
 

Inês Daou mostra os produtos da loja, em Manaus
 
A responsabilidade pelo pagamento do preço justo aos artesãos é a forma de valorizar o trabalho dele e a cultura local, já que as etapas do processo da cadeia produtiva são levadas em consideração. Na visão dos participantes do encontro, a visita à Ecoshop estreitou laços entre a FAS e a loja, para que futuramente possam inserir no mercado novos produtos oriundos das reservas estaduais do amazonas e, assim, proporcionar geração de renda e qualidade de vida às populações tradicionais.
 

Modelos de cestarias com diversas formas e grafismos expostos na Ecoshop do centro
 
“É uma possibilidades de comercialização dos produtos dos comunitários. Há, também, a dificuldade em encontrar produtos ecologicamente corretos e com qualidade, mas nada que não seja impossível”, afirmou Rosival Dias. Para Francisco Pinto, “a atividade abre portas para que a Fundação e a ECOSHOP, já conhecida no mercado, consigam dar suporte aos artesãos das UCs, visando uma melhoria da qualidade de seu produto, bem como aumento da renda e, conseqüentemente, da qualidade de vida”.