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06/05/2019
Pro-Comunidades

Estação de água com energia solar é inaugurada em comunidade do Rio Negro


Moradores da comunidade ribeirinha Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, localizada dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, que abrange os municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão, agora têm o que comemorar. Eles passaram a ter fornecimento de água tratada em casa depois que foi inaugurada, dentro do projeto Água+ Acesso, uma parceria da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), do Instituto Coca-Cola, da Fundação Avina e do WTT Tecnologia e Consultoria, um sistema de captação, distribuição e tratamento de água que funciona com energia solar.
A novidade, que beneficia 36 famílias na comunidade, situada na região do Acajatuba, é a segunda estação de água inaugurada dentro projeto Água+ Acesso – a primeira foi a comunidade Santa Rita, da RDS Piagaçu Purus, entre que abrange os municípios de Anori, Beruri, Coari e Tapauá; outras comunidades estão na programação de ações. O Água+ Acesso tem o objetivo de levar água potável para famílias ribeirinhas e indígenas sem acesso ao serviço e que ficam situadas dentro de Unidades de Conservação (UC) do Amazonas apoiadas pela FAS.
“Inauguramos agora essa estação de água que faz o bombeamento, o tratamento e distribui água nas casas das famílias. Ao todo são 36 famílias beneficiadas dentro da comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A outra parte da comunidade já estava recebendo água limpa”, explicou a superintendente de Desenvolvimento Sustentável da FAS, Val Solidade, que coordenou o Programa do Bolsa Floresta (PBF), responsável pela execução do projeto Água+ Acesso.
A nova estação de água da comunidade N. S. do Perpétuo Socorro funciona com energia solar e também com apoio de um gerador de energia a diesel, isto é, um sistema híbrido. “A estação funciona assim: é furado um poço artesiano na comunidade e a bomba que puxa essa água, leva até o sistema de tratamento e depois distribui até as casas funciona com energia solar, painéis solares instalados na comunidade, e também com ajuda de um gerador de energia. Além disso, cada casa possui uma caixa d’água de mil litros para armazenar a água”, explicou Val Solidade.
A água subterrânea bombeada do poço artesiano perfurado na comunidade ainda passa por sistema de tratamento que utiliza uma tecnologia desenvolvida pela WTT Consultoria e Tecnologia, com luz ultravioleta UBV que combate microrganismos e substâncias químicas na água e que retira o odor e o gosto de sujeira. Além disso, a estação de água é de auto-gestão, ou seja, os próprios moradores da comunidade N. S. do Perpétuo Socorro vão fazer a manutenção do sistema.

Água poluída e doenças

Antes da implantação do projeto Água+ Acesso, os moradores da comunidade N. S. do Perpétuo Socorro consumiam recursos hídricos de água coletada da chuva, de rios e igarapés ou de poços perfurados improvisadamente, as chamadas cacimbas, o que é comum na maioria das comunidades ribeirinhas na Amazônia. Pelo fato de usarem água sem tratamento para beber, cozinhar e fazer necessidades básicas, a ocorrência de doenças de veiculação hídrica como disenterias, cólera, amebíase, hepatite A e infecções era frequente entre os comunitários.
Segundo a coordenadora do Programa Bolsa Floresta (PBF) na região do Purus, Jousanete Dias, responsável pelo Água+ Acesso nas comunidades da RDS Piagaçu-Purus, a implantação das estações de água diminuiu em quase 95% as doenças nos moradores. “O projeto melhora a qualidade de vida dos ribeirinhos. Onde já foi implantado, na RDS do Piagaçu, diminuiu em quase que 100% os problemas de saúde como verminoses, vômito, diarreia. A gente tem observado e isso é comprovado pelos próprios comunitários”, afirmou.

Próximas ações

As próximas estações de água do projeto Água+ Acesso a serem implantadas devem beneficiar ribeirinhos na comunidade do Futuro, na Reserva Extrativista (Resex) Catuá-Ipixuna, que fica entre Coari e Tefé; na comunidade Vila Cujubim, na RDS do Cujibim, em Jutaí; e nas comunidades do Sussara, Beabá de Cima, Santo Antônio do Lago do Jari, São João do Uauaçu e Vila Araújo, todas localizadas dentro da RDS do Piagaçu Purus, que abrange os municípios de Anori, Beruri, Coari e Tapauá.
As comunidades N. S. Aparecida, N. S. de Nazaré e Santa Sofia, que ficam na Reserva Extrativista Catuá-Ipixuna, serão beneficiadas com um sistema de água específico, o purificador Água Box, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa) e que desinfeta os recursos hídricos através da radiação ultravioleta tipo C.

Programa Água+ Acesso

O Programa Água+ Acesso funciona dentro do Programa Bolsa Floresta, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), com aporte financeiro oriundo da multinacional de bebidas Coca-Cola e do Instituto Avina, uma fundação latino-americana de investimento em ações de desenvolvimento sustentável. A WTT contribui com a tecnologia usada nas estações de tratamento de água.