Uma inovação que reUne tecnologia e saber comunitário pretende ser mais um aliado na conservação das Unidades de Conservação (UCs) atendidas pelo Programa Bolsa Floresta (PBF). O PPDUC, Programa de Monitoramento Participativo do Desmatamento e Degradação Florestal nas Unidades de Conservação do PBF, permite aos ribeirinhos informarem dados detalhados sobre o uso do solo nas reservas, aumentando significativamente a eficiência no monitoramento do serviço das florestas. A expectativa é qualificar os dados de desmatamento e melhorar o conhecimento sobre a dinâmica da utilidade do solo nas UCs do PBF.
O PPDUC utiliza uma ferramenta desenvolvida pela Google e a Universidade de Washington, o Open Data Kit â?? ODK. Por meio desta ferramenta a FAS contará com uma rede colaborativa de monitoramento, em que os comunitários e parceiros poderão registrar com um simples smartphone dados de desmatamento e degradação nas reservas, indicando informações sobre atividade, localização e causa do desmate. Eles reforçam os resultados obtidos pela analise de imagens de satélite por meio da parceria como Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) e a FAS. “Dessa forma, além dos dados recebidos via satélite, as UCs ganham informações de pessoas que estão vivenciando seu cotidiano”, comenta Rafael Salles Valente, coordenador de geoprocessamento da FAS.
O auditório Lidia Parisotto, na sede da FAS, sediou na Ultima segunda-feira (20) a Reunião de Apresentação de Resultados e Reciclagem do PPDUC. Participaram do evento os mobilizadores da FAS e colaboradores do Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC). Além de relatar os primeiros resultados da iniciativa, a oficina discutiu pontos relevantes relacionados ao trabalho de monitoramento desenvolvido nas UCs.
O PPDUC está divido em três componentes. O primeiro, PPDUC Desmatamento e Degradação, apresenta os resultados obtidos pela parceria com o IMAZON nas reservas do Bolsa Floresta, com o objetivo de quantificar anualmente o desmatamento líquido e gerar alertas para qualquer atividade que não esteja prevista no acordo de compromisso do PBF e nos planos de gestão das UCs.
O PPDUC Comunidades, segundo componente, pretende gerar um banco de dados sobre a dinâmica do uso do solo com informações geradas e analisadas em conjunto com as comunidades. Além de empoderar os comunitários, o objetivo é oferecer subsídios à gestão territorial, implementação de programas de manejo, e a promoção da disseminação do conhecimento na própria reserva.
O Ultimo componente, o PPDUC Queimadas, tem por finalidade gerar alertas mensais para ações rápidas de mitigação, apoio e fiscalização com dados provenientes diretamente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
“Um dos ganhos mais significativos do PPDUC é a participação comunitária. Os comunitários participam ativamente desse processo. Ã? uma via de mão-dupla: eles ajudam na qualificação do desmatamento e têm mais informações para a gestão territorial da reserva”, comenta Victor Salviati, coordenador de projetos especiais da FAS.
O Programa pretende gerar relatórios mensais e um anual. As regionais da Fundação, que coordenam áreas específicas do Bolsa Floresta no Estado, ganharam aparelhos smartphones para início dos trabalhos.